-
Jura, Pietra? Nem suspeitei, afinal, super normal ligar as três da madrugada. –
Falou Manu com voz de sono.
-
Eu não estou conseguindo dormir. Não aguento mais, preciso falar com meu pai.
-
Que bom amiga. É uma decisão importante.
-
Só que você não sabe...
-
Não queria ir sozinha. E quando pensei em uma companhia, o primeiro que veio a
minha cabeça foi Carlinhos.
-
Carlinhos ou Carlos?
-
Carlinhos, meu amigo. Isso não é assustador? O meu namorado que tinha que vir a
minha mente!
-
Não acho.
-
Não acha?
-
Eu que devia vir a sua mente. – Manu brincou.
-
Para Manu! Estou nervosa. Nesse tipo de situação eu queria aquela sensação de
segurança sabe? Aquela que amigos homens passam.
-
Eu entendo nega. E isso é estranho mesmo.
-
Eu tenho que terminar com o Carlos. Foi um erro. Eu não sei onde estava com
cabeça. Não pensei direito. Na época fazia tanto sentido. Hoje parece tão “nada
a ver” a gente junto.
-
Eu avisei... – Falou Manu com voz fina.
-
Sério que tu falou isso?
-
Não resisti. – Manu deu uma risadinha maldosa.
-
Você não esta ajudando. – Deu uma pausa e voltou ao rumo da conversa - Já faz
uns dias que penso nisso e quando estou com ele, simplesmente não consigo
terminar. Não dá. O que eu faço?
-
Primeiro tu tem que se acalmar criatura. É de madrugada. O que você vai
resolver agora? Com quem vai falar? Ninguém. Então chega de tensão! Bora! Respira
fundo. Não vou te ajudar enquanto não se acalmar. - Pietra respirou fundo e
passou a mão nos cabelos tentando se distrair. - Esta se acalmando?
-
Acho que sim.
-
Ótimo! Dica pra tu: quando estiver confusa, com vários problemas, resolva-os um
por um. Como degraus, um de cada vez até você chegar ao bem estar. Às vezes
esse resolver não é necessariamente solucionar o problema, mas saber como
pensar sobre ele na sua cabeça. Quando resolvemos na nossa cabeça, ele não nos
afeta mais. Já conversamos sobre isso.
-
Mas como vou resolver?
-
Costumo fazer isso orando. Oro por áreas da minha vida, e dentro de cada área
vejo os motivos para agradecer e para resolver. Aí Deus me dirige, cara, é
surreal. Ele me faz sentir como devo me posicionar, se tomo uma atitude ou
esqueço, se vejo com outros olhos, se peço ajuda... É maravilhoso.
-
Acho que eu posso tentar. Ouvir isso já me fez bem.
-
Deus não vai sentar do seu lado e conversar literalmente, apesar de estar com
você aí agora. Mas que Ele fala, não há dúvidas. E Ele quer e não vê a hora de
falar com você. Você só tem que estar disposta e atenta.
-
Vou fazer isso, você é genial Manu. Obrigada!
-
Obrigada nada. Dia desses te ligo as três da madruga, tu vai ver.
-
Nossa, que vingativa!
Manu
começou a rir.
-
Você que é demais, te amo sua chata.
-
Também, boa noite!
Era
uma segunda, o final de semana tinha sido cheio para as meninas. A última vez
que se falaram direito foi de sexta para sábado, durante a madrugada.
-
E aí, nega? Aquele negócio? – Manu chegou e sentou do lado da amiga na sala, a
aula não tinha começado.
-
Deus me ajudou. Consegui resolver na minha cabeça, como você disse.
-
E...?
-
Quanto ao meu pai. Vamos conversar na sexta, já marquei com ele. Ele ficou bem
surpreso. E enquanto isso, vou orando. Sinto que preciso desses dias de
preparação. Estou um pouco ansiosa, mas impressionantemente, em paz.
-
Ótimo. Achei sábio. Essa é uma das marcas de Deus, sabia? De quando Ele aprova
algo: a paz!
-
Nossa, é muito bom me sentir assim! É incrível a diferença que a oração faz.
-
E quanto ao Carlos?
-
Estou orando pra Deus me dar força, oportunidade ou uma outra saída. No final
de semana não nós vimos, ele viajou para casa de um tio. Quero fazer isso
pessoalmente, é o mínimo. Se conseguir, é claro.
-
E quanto a isso, esta em paz?
-
Um pouco apreensiva quanto a falar com ele, confesso. Mas acho que não teria
como. É um término, né? Querer que seja super light é difícil. Mas quanto à
decisão, sinto paz, sinto que é o certo...
Pietra
abaixou a cabeça, olhando para o lado. Manu desconfiou que a amiga não tinha
falado tudo que queria.
-
E o que mais?
-
Ainda queria que Carlinhos fosse comigo... – Olhou para o lado - Mas não acho legal fazer isso
enquanto ainda estou namorando. Não pega bem.
-
Quer que eu e o Caio estejamos lá?
-
Seria bom. – Pietra segurou a mão de Manu e seu celular vibrou, escorregando do
bolso. Manu segurou no reflexo, quase deixando cair.
-
Desastrada! – Elas riram.
-
Olha aí, deve ser minha mãe.
Manu
olhou, arregalou os olhos e virou a cabeça.
-
Uau!
-
O que foi?
-
É, acho que não vai ser problema você ir com Carlinhos...
Pietra
pegou o celular da mão de Manu e olhou a mensagem: “Pietra, vou facilitar pra
você. Foi bom enquanto durou, mas já chega. Acabou. Ass: Carlos”.
Continua...
Olha, Carlos serviu pra alguma coisa. kkkkk
ResponderExcluirUal!!! Caracolis, qndo aai o proximo capitulo??? 😍
ResponderExcluirAmanhã!! =D
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito legal
ResponderExcluir