Elas foram e quando estavam quase chegando, o rapaz que falou com Caio
mais cedo, passou por elas na direção contrária. Manu ficou ainda mais atenta.
Cheia de desconfianças, virou a esquina para sacada e viu Caio, sozinho,
segurando um belo buquê, totalmente atrapalhado. Ele tentou agir com
naturalidade quando a viu, mas era nítido, não conseguia. Manu sorriu,
empolgada, e olhou para Pietra.
- Surpresa...? – Caio falou, inseguro. Manu arregalou os olhos. – O
Ricardinho me deu uma força. – Falou olhando pra baixo.
Ricardinho era o menino que tinha passado por elas. Manu suspirou
aliviada, entendendo a situação. O buquê exalava presença e beleza, suas flores
eram rosas com pequenos ramos de flores amarelas e folhagens variadas, envoltos
em um papel branco rendado e um grande laço azul bebê. Manu se aproximou para
pega-lo, tentava transparecer serenidade, mas por dentro mal acreditava, estava
radiante e nervosa.
- Gostou?! – Caio perguntou. Seu semblante transbordava ansiedade.
- Claro, eu nunca tinha ganhado flores, é demais! – Manu mordeu os
lábios.
- E tem mais...
Meio trêmulo, ele pegou uma caixinha na mureta. Parou na frente de Manu
e respirou fundo, estava preocupado se ia acertar em sua escolha. Manu estava
mais a frente de Pietra, perto dele. Ambas fixaram seu olhar no presente, com
curiosidade. Devagar, ele abriu a caixinha. Era um relógio de marca, com
detalhes em strass, bastante delicado e, dourado.
- Dourado?! – Pietra, que estava em silêncio, não se conteve.
Caio, meio nervoso, explicou:
- Sim, já notei que toda vez que vamos ao shopping Manu paquera esse
relógio, então juntei minhas economias e comprei.
Manu ficou sem graça. Pietra se aproximou, olhou com atenção e falou:
- Ela paquerava o relógio do lado, o prateado. Manu não usa nada dourado
Caio, nunca notou?
Caio olhou para Manu e viu que seu colar, seus brincos, suas pulseiras
eram todas prateadas. Não acreditou que esqueceu disso.
- Que isso Pietra? Como você fala isso? – Manu reclamou, constrangida.
- Tá bom, tá bom. Desculpa, vou para a sala, depois a gente se fala.
Ela saiu, percebendo que tinha falado demais. Manu olhou para Caio e
tentou consertar a situação.
- Olha, não liga pra ela, tudo tem uma primeira vez, e esse relógio é
bonito sim. Vou usar com gosto.
- Se quiser, a gente troca. – Caio estava sem graça.
- De forma alguma. Você esta me fazendo olhar o dourado com outros
olhos. – Ela sorriu, olhando-o com carinho.
- Ufa, que bom... – Coçou a cabeça, aliviado.
- Só que... tem uma coisa que não entendo. Por que esses presentes?! –
Manu não fazia idéia.
- Ué, hoje é dia 16 de outubro, seu aniversário! Você deve ter
estranhado que eu não falei nada o dia todo, mas era por causa disso. Parabéns!
Eu não esqueci! – Sorriu largo, bastante simpático.
- Caio, meu aniversário é 16 sim, mas de novembro.
Caio se assustou e ficou sem reação:
- Sério?
- Sim. – Manu confirmou, com dó.
Caio parecia que ia explodir por dentro, ficou vermelho, não conseguia
olhar para ela. Por uns instantes parecia sem rumo.
- Não sei nem o que dizer...
Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e sorriu, extremamente
envergonhado. Só que para Manu, dessa vez, esse sorriso surgia com um brilho
como nunca antes percebera, seu coração, descompassadamente, acelerou. Seu
rosto corou. Ele fazia um semblante tímido covardemente fofo, Manu o admirava,
encantada com o afeto que via em seu olhar, que não desviava do seu. Isso a
atraiu muito, de um jeito que ela não achava ser possível, “Qual é? Ela era a
menina do cabelo azul! Independente, cheia de atitude!”, mas não naquele
momento. Ali, era só a Manuela.
- Você é péssimo para fazer surpresas Caio Pereira, péssimo! – Ela
pausou observando-o. Ele olhou para o lado, acanhado – Mas pra mim, não podia
ter sido melhor. – Ele voltou a olhar pra ela, surpreso e feliz - A expressão
que você fez quando percebeu que se atrapalhou todo, vou guardar para sempre na
minha mente, nunca vi nada mais fofo. – Ela colocou a mão no rosto dele - Eu
amei... Amei o que você fez, seu esforço, seu carinho e principalmente o jeito
que você me olha.
- Sempre te olhei assim, você que nunca tinha notado... – Ele pegou a
mão dela e beijou.
Manu recostou sua cabeça no peitoral de Caio que a abraçou
confortavelmente. Ela sentia uma sensação de satisfação tão gostosa, fechou os
olhos e aproximou o buquê de seu rosto enquanto aproveitava o momento. Eles
ficaram abraçadinhos sem falar nada. Uma brisa leve acariciava os pretendentes,
Manu nunca desejou tanto que Deus confirmasse logo. Mas só de tê-lo assim, já a
enchia de plena gratidão. Ela sentia no seu coração a benção de Deus, sentia
que faltava pouco... sentia paz.
Continua...
Que lindo ❤❤❤❤ essa historia a cada capitulo fica mais bela Kel parabens...
ResponderExcluir😍😍😍😍😍😍
ResponderExcluirSimplesmente apaixonante <3 #ansiosa
ResponderExcluirQue lindo!!!
ResponderExcluirChorei aqui. =/
ResponderExcluir''Manu nunca desejou tanto que Deus confirmasse logo'' to na mesma situação. Apesar de que Ele já deve ter me respondido e eu to aqui burgando, com medo de entender errado. rs