- Oi Amanda, é a Manu!
- Oi Manuzinha, como vão as coisas? – Disse
Amanda reconhecendo a voz de Manu na ligação.
- Bom, acho que o candidato foi aprovado no
primeiro requisito!
- Sério? Que lindo! Conte-me tudo!
Manu contou tudo a Amanda, que ficou muito contente
e vibrava em cada fato narrado.
- Gente, que incrível! E você esta diferente hein?
- Eu?! Como assim?
- O seu jeitinho de falar, você parece estar
gostando bem dele.
- É, talvez. – Manu tinha dificuldade de se
entregar a sentimentos assim.
- Fico muito feliz pelas coisas que falou, porque
só o fato dele ser um verdadeiro homem de Deus já garante vários outros pontos.
Mas mesmo assim, é importante verificar. Ser homem de Deus não é sinônimo de
perfeição, entenda isso! E nem significa que ele esteja pronto. Entende?
- Sim sim!
- Beleza, então vou te falar o próximo passo:
caráter. É bem provável que ele tenha se é um homem de Deus, mas procure focar
nisso agora. Não dá pra negociar algo assim.
- Com certeza, vou ficar atenta. Você é tão sábia!
Aprendeu isso com o que viveu com seu namorado? Você namora, né?
- Então, namoro com o...
Manu ouviu um barulho.
- Amanda, esta aí? Esta tudo bem?
- Vixi, estou com criança aqui, a Isa. Ela acabou
de fazer arte, cara! Não acredito!
- Ah, depois a gente se fala então!
- Desculpa Manu!
- Tranquilo, vai lá! Beijinho!
- Beijo miga
Era um sábado, Manu já estava com saudade de Caio.
Ela pegou o telefone e ficou olhando, queria falar com ele, mas era tão dela
aquele orgulho bobo de não ficar mostrando que esta afim. Ela parou na sacada
do seu quarto, que ficava de frente para a rua. Foi quando notou, no portão,
era Caio. Ele não a viu.
Ele estava parado, olhava para a campainha e para o
chão. Parecia indeciso se apertava. Ele deu alguns passos para trás como se
estivesse desistindo. Manu apertou o celular, nervosa. Ele iria desistir?
“Aperta Caio, aperta!”. Ele olhava o celular e olhava a porta repetidas vezes.
Até que começou digitar no celular. Manu se escondeu na cortina e abaixou o som
do celular. Era ele:
- Oi Manu, bom dia!
- Oie Caio!
- Como esta?
- Bem!
- Esta ocupada?
- Na verdade, não. E você?
- Mais ou menos. – Ela olhou para ele, que estava
mordendo os lábios. Ela riu.
Caio parecia tenso. Se afastou ainda mais do
portão. Parecia que ia desistir. Manu não acreditou. Jogou o celular na cama e
saiu correndo para o portão. Ela nem pensou, foi tão automático.
- Caio! Caio!
Caio olhou assustado. Manu estava com o coração
disparado. "Fiz isso mesmo? Literalmente correndo atrás de homem?".
- Você sabia que eu estava aqui?
- Eu te vi. – Disse esbaforida e confusa.
Ele percebeu que ela ficou mexida por ele quase ir
embora. Ela não queria que ele fosse! Demonstrações claras assim da parte de
Manu são raras. Seu sorriso não se conteve. E quando ele sorria daquele jeito
seus olhos ficavam pequeninhos, Manu achava isso extremamente fofo. Ele
quebrava todas as possíveis defesas dela.
- O que veio fazer aqui? – Ela tomou coragem de
perguntar.
- Eu tive que entregar um equipamento da igreja
para um amigo que morava aqui perto. Não resisti ver onde morava. Aí quando
cheguei aqui queria te chamar, mas com que desculpa? - Caio pausou e levantou
as sobrancelhas, teve uma ideia - Se bem que, quer dar uma volta?
- Pode ser. Só tenho que trocar de roupa. Já volto.
Manu subiu para se arrumar. Ela não fazia idéia do
que vestir. Muito arrumada? Muito básica? Vestido, calça? “Ai Pai!”. Acabou
colocando uma combinação que amava, um macaquinho soltinho com uma alpargata.
- Esta bom?
- Combinou com seu cabelo, gostei!
- Pra onde vamos? – Ela falou trancando o portão.
- Pensei em algo “meio natureza”.
- Bora!
Manu e Caio moravam na Ilha do Governador, no Rio
de Janeiro. Eles estudavam em uma escola estadual da cidade. Foram para o Praia
da Bica. Era um sábado de manhã, algumas pessoas faziam esportes, algumas mães
brincavam com seus filhos, crianças corriam. O clima estava agradável, o lugar
não muito cheio. Manu e Caio caminharam conversando sobre as coisas da vida.
Até que certo momento Caio pediu que Manu sentasse:
- Queria falar um negócio com você.
- Esta tudo bem?
- Olha, você é a primeira menina que quero namorar
sério sabe? Vou fazer 18 anos, então não sou mais moleque. Esses dias surgiu um
incômodo no meu coração e sinto que preciso ser sincero.
- Do que esta falando?
- Eu sou filho de pastor, hoje sou um bom cristão,
na verdade, melhorei muito com você. Antes de te conhecer eu era apenas um
religioso, que amava a Deus sim, mas que se prendia a coisas pequenas,
materiais e vazias. Hoje sou muito melhor e sou muito grato a você por isso.
- Isso é ótimo! – Manu sorriu.
- Mas o que queria te falar é da fase antes de seu
ser um religioso. Eu já me desviei na adolescência. Fiz coisas que não me
orgulho, não mesmo! Queria que meu primeiro beijo fosse seu, mas infelizmente
isso não posso te dar. Nem outra coisa, se você me entende... Não agora, claro.
Mas mesmo na hora certa. – Caio estava cabisbaixo. – Não sou mais virgem. – Seu
semblante se fechou.
Manu não esperava. Ficou paralisada ainda tentando
digerir a questão. Ele era tão novo pra já ter passado por isso. Ela não
conseguia acreditar.
- Sinto muito. Mas meu coração tem ficado apertado
esses dias, não quero que você ore pra namorar comigo sem saber disso. Acho que
não seria honesto da minha parte continuarmos sem eu te contar.
- Mas, e drogas, bebida...?
- Bebida um pouco. Drogas nunca. – Caio mal
conseguia olhar para Manu, estava muito envergonhado.
Manu se aproximou dele, levantou seu rosto com a
mão e a passou levemente em seu rosto.
- Seus olhos verdes são lindos Caio, e esse
rostinho também, mas não gosto de vê-lo assim tão triste.
Caio tinha a pele clara, era alto e com um belo
porte. Seu cabelo era castanho médio e seus olhos tinham um verde que chamava
atenção de qualquer um. O sorriso de Caio era um caso a parte, Manu brincava
com Pietra que o sorriso dele era congelante. Ele sorria e ela congelava na
hora.
- Esta decepcionada comigo?
- Decepcionada não, surpresa sim. Você agia como o
supra sumo da santidade. Jamais imaginei isso.
- Eu fui de um extremo a outro. Você me trouxe ao
equilíbrio. – Ele deu um leve sorriso.
- Levanta essa cabeça homem. - Deu uma pausa - Pra
mim, tu é o cara!
- O cara?!
- Sim!
- Depois de tudo que te contei?!
- Exatamente por isso. Tem que ser muito homem, ter
muita honra pra fazer isso. E não tenho dúvida que esse incômodo foi Deus.
Fiquei muito feliz que você fez isso!
- Verdade? E meu passado?!
- Continua lá e lá ficará, ué! - Manu sendo Manu.
Caio sorriu aliviado.
- Agora sim!
Ela deu um beijo na bochecha dele e se afastou.
- Voltando a zona de segurança...
Eles riram.
- E você, me conta o que te fez pintar o
cabelo azul?
- Tem bastante história...
- Tempo não é problema!
Essa é super delicada, estou amando mais a cada capitulo.
ResponderExcluirAmo demais
ResponderExcluirAcho que alguém está passando no ''teste de carácter'', ein Caio? rsrsr
ResponderExcluirAcho que alguém está passando no ''teste de carácter'', ein Caio? rsrsr
ResponderExcluirAcho que alguém está passando no ''teste de carácter'', ein Caio? rsrsr
ResponderExcluirCada dia que se passa fico mais ansiosa para continuar lendo essa história encantadora.
ResponderExcluirAi meu coração, como não amar ? que casal lindoooooo estou apaixonada por essa história, se fosse um livro eu estaria abraçando, mas não tem problema estou abraçando a tela do meu pc nesse exato momento <3 <3 <3 <3
ResponderExcluirComecei ontem a leitura.
ResponderExcluirMuito legal!
Deus te abençoe, Kell.
Que legal que você usou os personagens do livro um lugar para se encontrar!😍😘
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