sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A menina do cabelo azul [13] - Mudando a estratégia!



- Então você acha que esta certa? – Caio queria que Manu refletisse.
- Que amiga eu seria se não avisasse? Você acha que eu não devia ter falado nada? – Manu não conseguia entender a reação de Pietra.
- Devia, claro que devia!
- Então...?
- Vamos se colocar no lugar de Pietra. Ela gosta muito dele, e quando você fala nele, só fala coisas negativas. Imagina se alguém só criticasse algo que você gosta muito. É chato, não?
- É, isso é. E a reação normal seria criar uma resistência a essa pessoa ou ao que ela fala. Mas não estou inventando nada Caio, ele é assim.
- Eu sei. Mas quando se esta de fora é fácil falar: "ele não presta". Mas se você conhecê-lo, será que vai ser fácil desse jeito? Talvez só assim você entenda porque ela fica tão divida. Ele não é só coisa ruim, ninguém é. Esta conseguindo entender? Você esta sendo muito incisiva e direta, isso pode funcionar com algumas pessoas ou algumas vezes, mas nem sempre, as pessoas são diferentes.
- Sim, eu não devia ter falado aquilo também.- Manu começou se sentir culpada.
- Sabe qual é a forma mais sábia de se fazer uma crítica?
- Não. - Caio deu beijo na mão de Manu, que estava com semblante chateado.
- Dica de ouro essa. Meu pai que me ensinou, ele é pastor, está acostumado com isso. Bom, a forma mais sábia é você começar elogiando a pessoa ou vendo as coisas boas daquilo que ela quer, isso prepara e acalma o coração. Aí quando a crítica vier, ela vai receber bem melhor, vai confiar mais em você.
- É, faz sentido. Gostei desse conselho. - Deu um leve sorriso.
- Agora você pode ficar normal, por favor? É horrível te ver assim!
- Eu queria te pedir desculpa também Caio, não dei bom exemplo.
- Você é humana, pelo amor de Deus! Estranho seria se você nunca errasse. E na boa, não foi nada demais também. Cadê a Manu forte que conheço? A dona do sorriso mais perfeito da escola?
Manu mordeu os lábios sem graça.
- Para com isso! - Começou a rir. - Obrigada por me ajudar, você esta certo. As vezes não vigio e me cobro muito.
- Eu acho, só acho - Falou em tom engraçado - Que mereço um abraço depois disso!
Manu riu e o abraçou forte. A satisfação e realização nos olhos de Caio era tão linda, que simplesmente estar perto de Manu o fazia acordar mais feliz todas as manhãs. Era um afeto calmo, respeitoso, mesmo que demorassem a namorar, ele não tinha pressa, só o fato de conhece-la já era um presente. Ele sabia valorizar isso.
- Vou agora falar com ela! Eu sei onde ela esta.
- Vai lá!
Eles se despediram, Manu saiu correndo da escola e foi para a rua lateral. Lá tinha uma grande árvore, ela e Pietra tinham costume de sentar embaixo dela para desabafar ou ter conversas mais sérias. Pietra estava lá, com cara de emburrada.
- Amiga?! - Manu se aproximou lentamente.
- O que quer? - Pietra nem a olhou.
- Me desculpar!
- Sei. – Pietra estava bem chateada.
- Fui muito dura com você. Não soube lidar. – Manu foi se aproximando e parou na frente dela. – Fui muito crítica.
- Foi mesmo. Se Carlos fosse um poço de coisa ruim eu não teria gostado dele.
- Sim sim, você esta certa! Eu nem o conheço.
- Exatamente.
- Desculpa nega, de verdade.
- Não sei, ainda estou brava.
- Por favor, vai? - Manu fez um semblante engraçado.
Pietra sempre se divertia com as caras e bocas que Manu fazia, ela quis começar a rir.
- Assim não vale, para com isso!
- Ah, mas não paro mesmo! - Deu uma pausa enquanto fazia graça para a amiga - Ri logo sua palhaça!
Pietra caiu na risada.
- Ai, odeio isso, você sempre me consegue fazer rir quando estou brava, sua chata!
- É um dom minha querida, espero que seja assim com meu namorado e marido. Eu ia amar.
- Ia ser legal, né? - Pietra foi voltando a normalidade.
- Com certeza! Imagina? Mas miga, queria te falar mais uma coisa.
- O quê?
- Quero conhecer o Carlos.
Pietra ficou receosa.
- Vou em missão de paz, sério. – Manu tentou convencê-la – Vou de mente aberta. Pensei até em ir com o Caio, vamos nós quatro comer algo, ao cinema, sei lá.
- Hum, ta bom. Pode ser. Sem julgamentos?
- Claro nega, não vou chegar julgando ninguém. Vou de mente aberta mesmo. Quero ver também quem é o individuo que fez minha amiga ficar apaixonadinha.
- Não estou apaixonadinha nada, estou normal!
- Mas não está mesmo! Fica fazendo cara de boba toda hora.
As duas começaram a brincar uma com a outra e conversar de tudo um pouco, como de costume. A amizade delas era muito bonita



- Conseguiu? - Caio estava preocupado.
- Consegui! Estamos bem de novo. - Ela comemorou pelo telefone.
- Vocês me assustam, sabiam?
- Ih meu filho, amizade é assim, as vezes se desentende.
- E o que você falou pra ela?
- Que eu não soube lidar, fui muito crítica e tals. Vou orar para que Deus me guiar como agir quanto a isso a partir de hoje.
- Show, ótima idéia!
- Então... sábado a gente se encontra no shopping?
- É? Não estava sabendo de nada.
- Claro! Tu não vai me deixar sozinha nessa.
- Nessa o quê, dona Manu? O que esta aprontando?
- Meu querido, tu te prepare, sábado... nós vamos conhecer o Carlos!

Continua...

4 comentários:

  1. Perceber o caráter da pessoa é difícil, são detalhes sutis e que de primeira ñ são vistos. Demora... e hoje em dia as pessoas mudam de tal forma que vc desconhece... mesmo que esteja com ela a anos!

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    1. Por isso é tão importante orarmos, Deus ajuda, dá discernimento. Costumo falar da importância também de guardar seu coração, não se entregar aos sentimentos nessa fase que está conhecendo alguém. Se já é difícil reconhecer o caráter prestando atenção imagina "morrendo de amores"? Ainda bem que temos Papai do céu para ir a frente, né?

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  2. Uruuuuul... amando cada dia mais essa historia!

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  3. Eita até eu quero logo conhecer o Carlos kk to amando tudo isso

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